Sugestões de leitura




O baloiço

  Sempre procurei olhar para os meus filhos como doces e desafiantes empréstimos a médio/longo prazo: chegaram à minha vida, de mansinho, para eu cuidar e, por isso, são, também, e sempre, meus mestres na permanente aprendizagem própria da Escola do Amor, com duras disciplinas, todavia imprescindíveis, como a Paciência, a Perseverança e o Perdão. Tudo isto vivido, no meu caso, com três filhos de três gerações distintas, num curioso processo de aritmética física/emocional, ora com adições, ora com subtrações. Por força desta última operação (as partidas e ausências dos mais velhos), o crescimento de todos os envolvidos aumenta, embora de forma dolorosa porque, afinal, o coração não é só músculo e tecido, é também o lugar onde se aninha a saudade. Enorme, ou melhor, gigante, porém mitigada pelo balouçar contínuo entre o vazio e a plenitude das pequenas-grandes conquistas diárias deles, longe do ninho familiar. Este processo de crescimento próprio da dinâmica pais-filhos, embora com aspetos muito específicos decorrentes do contexto da Segunda Guerra Mundial, encontra-se brilhantemente explorado nos filmes “A vida é bela” (1997) e “O rapaz do pijama às riscas” (2008), até porque aí se revelam dois tipos distintos de pais que vos incito a descobrirem.

             Desde que foi publicado em Portugal, em 2008, que tinha curiosidade em ler O Rapaz do Pijama às Riscas, livro de John Boyne que deu origem a um dos filmes acima mencionados, especialmente por tocar num tema que me interessa, o Holocausto. Cativou-me a premissa contida na sinopse  (“Uma história de inocência num mundo de ignorância”),uma vez que, pela perspetiva infantil da narrativa, se revelava próxima do fantástico A Rapariga que Roubava Livros (Markus Zusak), sobre o qual refleti na anterior crónica.

            Bruno tem 9 anos e nada sabe sobre as inomináveis atrocidades a que a Alemanha, o seu país natal, sujeita milhões de pessoas que não se enquadram nos padrões raciais idealizados por Hitler. Vive numa grande casa em Berlim, com a sua mãe, pai e irmã (Gretel) durante a Segunda Guerra Mundial. Ele sabia que o seu pai, militar, desempenhava uma importante função para o país e que, um homem conhecido por “Fúria”, tinha grandes planos para ele, todavia não sabia ao certo o que o seu pai fazia. Um dia, foram visitados por “Fúria”, um individuo baixo, de cabelo escuro, cortado muito curto e com um bigode minúsculo. Depois desse jantar, o pai de Bruno recebeu um novo uniforme e foi nomeado Comandante. Toda a família de Bruno teve, então, de se mudar para Auschwitz devido à nova posição do pai, com grande tristeza para a criança, pois não tinha a companhia dos seus três melhores amigos, Karl, Daniel e Martin. Bruno tinha uma janela no quarto da nova casa, e para além da floresta e de um jardim, extremamente cuidado, havia também uma vedação, ao longe, que se estendia pelo horizonte, onde via idosos, adultos e crianças, que despertavam o seu interesse. Foi perguntar ao seu pai quem eram aquelas pessoas, mas o pai respondeu-lhe de forma surpreendente: “Aquelas pessoas não são pessoas.”

            Proibido de explorar a casa nova e arredores, o rapaz não resistiu ao mistério daquela vedação, pelo que acabou por encontrar, no outro lado da vedação, um rapaz judeu de nome Shmuel: com 9 anos, tinha nascido no mesmo dia que Bruno, o que, sendo uma grande coincidência, adivinhava o que viria a ser uma forte amizade. Desde esse dia, os dois rapazes passaram a encontrar-se no mesmo sítio onde se conheceram, todos os dias durante um ano, brincando e contando a história do dia-a-dia em cada lado da vedação.

           Muitas mais peripécias se sucederam (principalmente envolvendo Pavel, o hortelão judeu que servia a família alemã), até que Bruno soube que ele, a sua mãe e a sua irmã iriam voltar para a sua antiga casa em Berlim, por ordem de seu pai. Perante este facto, os dois rapazes planearam a sua última aventura: Bruno veste uma farda do campo (um pijama às riscas) e passa por baixo da vedação, ajudando a procurar o pai de Shmuel que tinha desaparecido há três dias. Viram-se, então, envolvidos numa marcha comandada por guardas nazis, formando-se um aglomerado de centenas de pessoas, que se dirigiam a uma câmara de gás, que Bruno pensava ser para abrigar as pessoas da chuva. O rapaz alemão aperta as mãos ao rapaz judeu, convencido que nunca as ia largar acontecesse o que acontecesse. Subitamente, as luzes apagaram-se.

           Este romance aborda a época Nazi de uma forma simples, não deixando, no entanto, de ser cruel e realista, para memória futura. Recomendo-o, já que se centra na inocência de duas crianças que, apesar de pertencerem a culturas/raças distintas, conseguem viver uma amizade pura num mundo ignorante, revelando-se como exemplo de respeito perante a diferença. Não é por acaso que a imagem do baloiço de Bruno, a oscilar no jardim da casa de Auschwitz emerge no meio do horror cinzento do fumo dos fornos crematórios, mesmo ali ao lado, afirmando-se, assim, como uma marca indelével da humanidade que deve andar sempre de mãos dadas com a tolerância e a inocência.

 

 
Fruta com bicho
Quando setembro chega, sabe a fruta madura, acabada de colher e de comer, em pleno quintal, com as pereiras, as ameixieiras e a figueira a rirem-se de tamanha festança para todos os sentidos. Os dedos lambuzam-se-me ao abrir os figos pingo- de- mel e dá gosto sugar o seu néctar tão característico. Privilégio que tenho desde criança, pois sempre tive quintal. Fruta feia, sem o brilho envernizado da “normalizada” que se compra no supermercado. Quando se trinca, por vezes, aparece um brinde, garantia de qualidade redobrada: um bichinho que lá vive desde que estava dentro do ovo lá depositado pela mãe mosca. Da mesma forma deveria funcionar, em nós, o bom bicho da leitura: habitar-nos desde a meninice à velhice. Este bicho é um precioso devorador das adversidades que colocam o nosso território físico e emocional sob ameaça, uma vez que exigem mais de nós e nos põem à prova. É também este bichinho que habita Liesel Meminger, a protagonista de A Rapariga que Roubava Livros (de Markus Zusak). O livro divide-se em dez partes e, cada uma delas, é composta por capítulos curtos com subdivisões, observações e notas da própria narradora, o que permite uma assinalável fluidez da leitura. Os acontecimentos reportam-se ao período entre 1939 e 1943. A mãe, comunista, entregou-a aos cuidados do casal Hans e Rosa Hubermann. Durante a Segunda Guerra, a Alemanha dava auxílio monetário às famílias que “adotassem” crianças alemãs pobres. Liesel viu o seu irmãozinho morrer nos braços da mãe durante a viagem, e roubou o seu primeiro livro – “O Manual do Coveiro” – esquecido na neve por um dos rapazes que enterraram o seu irmão. Nos livros, conseguiu encontrar um propósito para a vida: a curiosidade em saber mais e um alento para os dias tão difíceis da guerra. Foi incentivada e auxiliada pelo seu pai adotivo, o doce Max, nesta descoberta literária, no entanto, a mãe adotiva, Rosa, era uma pessoa rabugenta e impaciente, mas que, apesar de lhe bater muito, não tinha má índole e, no final, acaba até por suavizar essa agressividade. Liesel tinha um amigo inseparável na infância, Rudy Steiner, com quem jogava futebol, suportava a escola e sofria os dissabores da guerra, além de ajudá-la a roubar livros da biblioteca da mulher do presidente da Câmara Municipal, de quem se tornou amiga, mais tarde, passando a desfrutar dos livros com a sua autorização. Outra pessoa importante na vida de Liesel foi Max Vanderburg, um judeu que a família Hubermann acolheu e escondeu durante alguns meses na cave da casa e por quem a rapariga aprendeu a nutrir um enorme carinho.
O aspeto mais peculiar do livro é que toda a infância da rapariga é narrada pela Morte, como se de um ser humano se tratasse (“Por favor, confie em mim. Decididamente, eu sei ser animada, sei ser amável. Agradável. Afável. E esses são apenas os As. Só não me peça para ser simpática. Simpatia não tem nada a ver comigo.”). Passados três encontros com a Morte e, saindo viva de todos eles, Liesel transforma-se no epicentro de uma história que permite seguir a trajetória da jovem durante a Segunda Guerra, contando, também, a própria relação da morte com o período de guerras (os comentários sarcásticos sobre a quantidade de trabalho e a inutilidade geradas pelos conflitos bélicos são tocantes) e com as numerosas almas que, diariamente, ela levava, por exemplo as dos pais adotivos de Liesel e do seu amigo Rudy. Considero, por conseguinte, que o autor fez uma abordagem suave e poética de um tema bastante triste. Há reflexões que transcendem, indubitavelmente, a realidade da Alemanha nazista: exploram a interação e o choque de culturas e ideias, a luta pela sobrevivência (física e ideológica), a capacidade de superar e o universo das palavras (sejam elas lidas ou escritas) como lugar intemporal de esperança e de beleza (“Livros por toda a parte! Cada parede era provida de estantes apinhadas, mas imaculadas. Mal se conseguia ver a tinta. Havia toda a sorte de estilos e letras diferentes nas lombadas dos livros, pretos, vermelhos, cinzentos, de toda a cor. Era uma das coisas mais lindas que Liesel Meminger já tinha visto.”). Fica, assim, claríssimo algo em que há muito acredito: as horas passadas com um livro são capazes de trazer alívio a uma alma sedenta de conhecimento e de paz, além de ajudá-la a amadurecer, sempre acompanhada dos “bichos”- palavras que se movem dentro dela e lhe garantem a vida.
 
Professora Graciosa Gonçalves








Ainda aguarda, entre as folhas (de outono), que o venham buscar para ler:
Deixe-se contagiar, como os leitores da Revista C, de onde extraímos a presente sugestão de leitura!



É só clicar no título para  ler ou imprimir.
1. A Divina Comédia -Dante Alighieri 2. A Comédia dos Erros -William Shakespeare 3. Poemas de Fernando Pessoa -Fernando Pessoa 4. Dom Casmurro -Machado de Assis 5. Cancioneiro -Fernando Pessoa 6. Romeu e Julieta -William Shakespeare 7. A Cartomante -Machado de Assis 8. Mensagem -Fernando Pessoa 9. A Carteira-Machado de Assis 10. A Megera Domada -William Shakespeare 11. A Tragédia de Hamlet, Príncipe da Dinamarca -William Shakespeare 12. Sonho de Uma Noite de Verão -William Shakespeare 13.. O Eu profundo e os outros Eus. -Fernando Pessoa 14. Dom Casmurro -Machado de Assis 15.. Do Livro do Desassossego -Fernando Pessoa 16. Poesias Inéditas -Fernando Pessoa 17. Tudo Bem Quando Termina Bem -William Shakespeare 18. A Carta -Pero Vaz de Caminha 19. A Igreja do Diabo -Machado de Assis 20. Macbeth -William Shakespeare 21. Este mundo da injustiça globalizada -José Saramago 22. A Tempestade -William Shakespeare 23. O pastor amoroso -Fernando Pessoa 24. A Cidade e as Serras -José Maria Eça de Queirós 25. Livro do Desassossego -Fernando Pessoa 26. A Carta de Pero Vaz de Caminha -Pero Vaz de Caminha 27. O Guardador de Rebanhos -Fernando Pessoa 28. O Mercador de Veneza -William Shakespeare 29. A Esfinge sem Segredo -Oscar Wilde 30. Trabalhos de Amor Perdidos -William Shakespeare 31. Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis 32. A Mão e a Luva -Machado de Assis 33. Arte Poética -Aristóteles 34. Conto de Inverno -William Shakespeare 35. Otelo, O Mouro de Veneza -William Shakespeare 36. Antônio e Cleópatra -William Shakespeare 37. Os Lusíadas -Luís Vaz de Camões 38. A Metamorfose -Franz Kafka 39. A Cartomante -Machado de Assis 40. Rei Lear -William Shakespeare 41. A Causa Secreta -Machado de Assis 42. Poemas Traduzidos -Fernando Pessoa 43. Muito Barulho Por Nada -William Shakespeare 44. Júlio César -William Shakespeare 45. Auto da Barca do Inferno -Gil Vicente 46.. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa 47. Cancioneiro -Fernando Pessoa 48. Catálogo de Autores Brasileiros com a Obra em Domínio Público -Fundação Biblioteca Nacional 49. A Ela -Machado de Assis 50. O Banqueiro Anarquista -Fernando Pessoa 51.Dom Casmurro -Machado de Assis 52. A Dama das Camélias -Alexandre Dumas Filho 53. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa 54. Adão e Eva -Machado de Assis 55. A Moreninha -Joaquim Manuel de Macedo 56. A Chinela Turca -Machado de Assis 57. As Alegres Senhoras de Windsor -William Shakespeare 58. Poemas Selecionados -Florbela Espanca 59. As Vítimas-Algozes -Joaquim Manuel de Macedo 60. Iracema -José de Alencar 61. A Mão e a Luva -Machado de Assis 62. Ricardo III -William Shakespeare 63. O Alienista -Machado de Assis 64. Poemas Inconjuntos -Fernando Pessoa 65. A Volta ao Mundo em 80 Dias -Júlio Verne 66. A Carteira -Machado de Assis 67. Primeiro Fausto -Fernando Pessoa 68. Senhora -José de Alencar 69. A Escrava Isaura -Bernardo Guimarães 70. Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis 71. A Mensageira das Violetas -Florbela Espanca 72. Sonetos -Luís Vaz de Camões 73. Eu e Outras Poesias -Augusto dos Anjos 74.Fausto -Johann Wolfgang von Goethe 75. Iracema -José de Alencar 76. Poemas de Ricardo Reis -Fernando Pessoa 77. Os Maias -José Maria Eça de Queirós 78. O Guarani -José de Alencar 79. A Mulher de Preto -Machado de Assis 80. A Desobediência Civil -Henry David Thoreau 81. A Alma Encantadora das Ruas -João do Rio 82. A Pianista -Machado de Assis 83. Poemas em Inglês -Fernando Pessoa 84. A Igreja do Diabo -Machado de Assis 85. A Herança -Machado de Assis 86. A chave -Machado de Assis 87.. Eu -Augusto dos Anjos 88. As Primaveras -Casimiro de Abreu 89. A Desejada das Gentes -Machado de Assis 90. Poemas de Ricardo Reis -Fernando Pessoa 91. Quincas Borba -Machado de Assis 92. A Segunda Vida -Machado de Assis 93. Os Sertões -Euclides da Cunha 94. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa 95. O Alienista -Machado de Assis 96. Don Quixote. Vol. 1 -Miguel de Cervantes Saavedra 97. Medida Por Medida -William Shakespeare 98.Os Dois Cavalheiros de Verona -William Shakespeare 99. A Alma do Lázaro -José de Alencar 100. A Vida Eterna -Machado de Assis 101. A Causa Secreta -Machado de Assis 102. 14 de Julho na Roça -Raul Pompéia 103. Divina Comedia -Dante Alighieri 104. O Crime do Padre Amaro -José Maria Eça de Queirós 105. Coriolano -William Shakespeare 106. Astúcias de Marido -Machado de Assis 107. Senhora -José de Alencar 108. Auto da Barca do Inferno -Gil Vicente 109. Noite na Taverna -Manuel Antônio Álvares de Azevedo 110. Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis 111. A 'Não-me-toques' ! -Artur Azevedo 112. Os Maias -José Maria Eça de Queirós 113. Obras Seletas -Rui Barbosa 114. A Mão e a Luva -Machado de Assis 115. Amor de Perdição -Camilo Castelo Branco 116. Aurora sem Dia -Machado de Assis 117. Édipo-Rei -Sófocles 118. O Abolicionismo -Joaquim Nabuco 119. Pai Contra Mãe -Machado de Assis 120. O Cortiço -Aluísio de Azevedo 121. Tito Andrônico -William Shakespeare 122. Adão e Eva -Machado de Assis 123. Os Sertões -Euclides da Cunha 124. Esaú e Jacó -Machado de Assis 125. Don Quixote -Miguel de Cervantes 126. Camões -Joaquim Nabuco 127. Antes que Cases -Machado de Assis 128. A melhor das noivas -Machado de Assis 129. Livro de Mágoas -Florbela Espanca 130. O Cortiço -Aluísio de Azevedo 131. A Relíquia -José Maria Eça de Queirós 132.Helena -Machado de Assis 133. Contos -José Maria Eça de Queirós 134. A Sereníssima República -Machado de Assis 135. Iliada -Homero 136. Amor de Perdição -Camilo Castelo Branco 137. A Brasileira de Prazins -Camilo Castelo Branco 138.. Os Lusíadas -Luís Vaz de Camões 139. Sonetos e Outros Poemas -Manuel Maria de Barbosa du Bocage 140. Ficções do interlúdio: para além do outro oceano de Coelho Pacheco. -Fernando Pessoa 141. Anedota Pecuniária -Machado de Assis 142. A Carne -Júlio Ribeiro 143. O Primo Basílio -José Maria Eça de Queirós 144. Don Quijote -Miguel de Cervantes  145. A Volta ao Mundo em Oitenta Dias -Júlio Verne 146. A Semana -Machado de Assis 147. A viúva Sobral -Machado de Assis 148. A Princesa de Babilônia -Voltaire 149. O Navio Negreiro -Antônio Frederico de Castro Alves 150. Catálogo de Publicações da Biblioteca Nacional -Fundação Biblioteca Nacional 151. Papéis Avulsos-Machado de Assis 152. Eterna Mágoa -Augusto dos Anjos 153. Cartas D'Amor -José Maria Eça de Queirós 154. O Crime do Padre Amaro -José Maria Eça de Queirós 155. Anedota do Cabriolet -Machado de Assis 156.Canção do Exílio -Antônio Gonçalves Dias 157. A Desejada das Gentes -Machado de Assis 158. A Dama das Camélias -Alexandre Dumas Filho 159. Don Quixote. Vol. 2 -Miguel de Cervantes Saavedra 160. Almas Agradecidas -Machado de Assis  161. Cartas D'Amor - O Efêmero Feminino -José Maria Eça de Queirós 162. Contos Fluminenses -Machado de Assis 163. Odisséia -Homero 164. Quincas Borba -Machado de Assis 165. A Mulher de Preto -Machado de Assis 166. Balas de Estalo -Machado de Assis 167. A Senhora do Galvão -Machado de Assis 168. O Primo Basílio -José Maria Eça de Queirós 169. A Inglezinha Barcelos -Machado de Assis 170. Capítulos de História Colonial (1500-1800) -João Capistrano de Abreu 171. CHARNECA EM FLOR -Florbela Espanca 172. Cinco Minutos -José de Alencar 173. Memórias de um Sargento de Milícias -Manuel Antônio de Almeida 174. Lucíola -José de Alencar 175.. A Parasita Azul -Machado de Assis 176. A Viuvinha -José de Alencar 177. Utopia -Thomas Morus 178. Missa do Galo -Machado de Assis 179. Espumas Flutuantes -Antônio Frederico de Castro Alves 180. História da Literatura Brasileira: Fatores da Literatura Brasileira -Sílvio Romero 181. Hamlet -William Shakespeare 182. A Ama-Seca -Artur Azevedo 183. O Espelho -Machado de Assis 184. Helena -Machado de Assis 185. As Academias de Sião 


A Lua de Joana Sugestão de Leitura:


A cena inicial apresenta um homem que, enquanto está parado num sinal vermelho, é atingido de uma cegueira repentina. Quando a luz verde acende, o carro continua parado e o buzinão, atrás dele, funciona como premonição do caos que, mais tarde, se instalará.
O cego, no semáforo, é ajudado por outro homem, que o leva a casa e lhe rouba o carro, porém o ladrão não tem tempo para usufruir da nova aquisição, porque a cegueira também o atinge. O médico que atende o cego, também cega, assim como acontece a todos os seus pacientes presentes na sala de espera. E forma-se, então, uma cadeia sucessiva de cegueira , uma "treva branca", à qual apenas escapa a mulher do oftalmologista que atendeu o primeiro cego.
O governo não tarda a  perceber que se trata de uma epidemia e toma providências, contudo, sendo formado por seres humanos, logo se extingue.
O mundo dos cegos está criado e também a luta pela sobrevivência. Alguns cegos, inicialmente isolados pela doença, conseguem organizar-se e, assim, o poder, a obediência, a ganância, o carinho, o desejo, a vergonha e outras caraterísticas próprias do ser humano vão emergindo. Os sentimentos e as atitudes de cada indivíduo passam a apresentar-se como as  suas identidades, pois os personagens não têm nomes.
Neste mundo esvai-se a fronteira entre animais racionais e irracionais, pois os primeiros passam a  guiar-se, quase exclusivamente,  pelo instinto. O mundo tende para a extinção. No entanto, felizmente, tão rápido quanto veio, a cegueira desaparece, restando a valorização, daquilo que o ser humano tem de mais precioso, ou seja a capacidade de contemplar.
 


Quanto a mim,  o que este  romance sublinha, de forma clara, e, por isso, se torna mais marcante,  é a responsabilidade de "ter olhos" quando os outros os perderam.  Saramago cria uma fantasia,  uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, a partir da qual, cada leitor vive uma experiência imaginativa peculiar.  Cruzando literatura e sabedoria, o autor leva-nos a parar, fechar os olhos e  a  ver, isto é, a recuperar a lucidez e  a resgatar os afetos. Afinal,  esses são os dois principais desafios que se colocam  a cada leitor, como resposta à negatividade galopante do mundo descrito,  procurando reencontrar o  que se perdeu: "uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos".


Professora Graciosa Gonçalves 
As sugestões de: Helena Oliveira






Lydia Hoffman tem uma pequena retrosaria. A loja representa uma promessa de
libertação para uma nova vida, uma vida livre de cancro. Lydia ensina a tricotar e a
primeira aula tem como tema "como aprender a tricotar uma mantinha de bebé". A aula tem 3 alunas. Jacqueline quer tricotar algo para o seu neto como forma de reconciliação com a nora desavinda. Carol acalenta a esperança de que a manta de bebé que está tão empenhada em fazer seja o prenúncio de uma gravidez há muito desejada e, até agora, não consumada. A última aluna, Alix pretende doar a mantinha para um projeto comunitário. São quatro mulheres, tão diferentes entre si que se reúnem para tricotar,
um hábito tão antigo como, aparentemente inocente, mas que as leva a descobrir muitos
factos inesperados. Descobertas que forjam uma amizade e mais qualquer coisa. Quem
diria que o acto de tricotar mantas de bebé poderia mudar as suas vidas?











 

Um violento ciclone lança Dorothy e o seu cão "Toto" numa terra desconhecida. Aí
chegada, ela é acolhida como uma poderosa feiticeira pelos pequenos Munchkins, mas o
seu único desejo é regressar ao Kansas onde a esperam a tia Em e o tio Henry. A
demanda de Dorothy leva-a em busca do «Grande Feiticeiro de Oz» numa viagem cheia
de perigos ao longo da estrada de tijolo amarelo e me direcção à maravilhosa Cidade
Esmeralda. No seu caminho encontra um Espantalho sem cérebro, um Homem de Lata
em busca de um coração e um Leão cobarde. Juntos acabam por chegar a Oz, mas
naquele estranho país nem tudo é o que parece... A fascinante história de Dorothy e dos
seus amigos é um dos mais amados contos de fadas modernos. O fabuloso filme de
1939, protagonizado por Judy Garland e realizado por Victor Fleming, ajudou a manter
o livro vivo e continua a encantar crianças e adultos
Diz a professora Helena Oliveira: “porque, lá no fundo, todos continuamos a ser crianças…”





 

 
A Casa da Praia do Açucar

 Helene Cooper é uma jovem descendente de duas dinastias, que remontam ao primeiro grupo de escravos libertados que partiram de Nova Iorque em 1820 para fundarem a Libéria. Helene cresceu na Praia do Açúcar, junto ao mar, onde se situava a mansão familiar, de vinte e duas divisões. Foi uma infância cheia de criados, carros vistosos, uma villa em Espanha e uma fazenda no interior. Quando Helene tinha oito anos, os Cooper adoptaram uma menina — um hábito vulgar entre a elite liberiana. Eunice, uma rapariga da etnia Bassa, tornou-se, de
repente, conhecida como «filha da senhora Cooper».
Durante anos, as filhas dos Cooper beneficiaram do aparato da riqueza e da vantagem da sua posição social. Mas a Libéria era como uma panela de água a ferver. E, em 1980, um grupo de soldados fez um golpe de Estado, assassinou o presidente e executou os seus ministros. Os Cooper e os amigos foram aprisionados, abatidos a tiro, torturados e as suas mulheres e filhas violadas. Depois de um brutal ataque, Helene, Marlene e a mãe fugiram da Praia do Açúcar e, depois, para a América. Mas deixaram Eunice para trás…
Do outro lado do Mundo, Helene cresceu e tornou- se uma conhecida repórter, trabalhando para o Wall Street Journal e o New York Times e viajando por todo o mundo, mas evitando sempre África. No entanto, em 2003, uma experiência que quase a vitimou, no Iraque, convenceu-a de que a Libéria, tal como Eunice, não podia esperar. Sendo, simultaneamente, uma narrativa muito pessoal e uma análise de um país violento, A Casa da Praia do Açúcar é um relato de tragédia e perdão, contado com uma sinceridade inabalável e o humor de alguém que foi capaz de sobreviver.
 
 
 


 


 




Ensaio sobre a Cegueira


 

A cena inicial apresenta um homem que, enquanto está parado num sinal vermelho,   é atingido de uma cegueira repentina . Quando a luz verde acende, o carro continua parado e o buzinão, atrás dele, funciona  como premonição do caos que, mais tarde, se instalará.
O cego, no semáforo, é ajudado por outro homem, que o leva a casa e lhe rouba o carro, porém o ladrão não tem tempo para usufruir da nova aquisição, porque a cegueira também o atinge. O médico que atende o cego, também cega, assim como acontece a todos os seus pacientes presentes na sala de espera. E forma-se, então, uma cadeia sucessiva de cegueira , uma "treva branca", à qual apenas escapa a mulher do oftalmologista que atendeu o primeiro cego.
O governo não tarda a  perceber que se trata de uma epidemia e toma providências, contudo, sendo formado por seres humanos, logo se extingue.
O mundo dos cegos está criado e também a luta pela sobrevivência. Alguns cegos, inicialmente isolados pela doença, conseguem  organizar-se e, assim, o poder, a obediência, a ganância, o carinho, o desejo, a vergonha e outras caraterísticas próprias do ser humano vão emergindo. Os sentimentos e as atitudes de cada indivíduo passam a apresentar-se como as  suas identidades, pois os personagens não têm nomes.
Neste mundo esvai-se a fronteira entre  animais racionais e irracionais, pois os primeiros passam a  guiar-se, quase exclusivamente,  pelo instinto. O mundo tende para a extinção. No entanto,  felizmente, tão rápido quanto veio, a cegueira desaparece, restando a valorização, daquilo que o ser humano tem de mais precioso, ou seja a capacidade de contemplar.

Quanto a mim,  o que este  romance sublinha, de forma clara, e, por isso, se torna mais marcante,  é a responsabilidade de "ter olhos" quando os outros os perderam.  Saramago cria uma fantasia,  uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, a partir da qual, cada leitor vive uma experiência imaginativa peculiar.  Cruzando literatura e sabedoria, o autor leva-nos a parar, fechar os olhos e  a  ver, isto é, a recuperar a lucidez e  a resgatar os afetos. Afinal,  esses são os dois principais desafios que se colocam  a cada leitor, como resposta à negatividade galopante do mundo descrito,  procurando reencontrar o  que se perdeu: "uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos".
 
                            Maria Graciosa Gonçalves
 
 
O Anjo Branco

Uma obra cujo fio narrativo se apresenta como a continuidade do que é contado no romance "A Vida num Sopro", uma vez que, tendo por base acontecimentos  reais da biografia do seu pai, José Branco, o autor escreve sobre Moçambique, os portugueses, a guerra colonial e, principalmente, acerca do mais dramático segredo relativo à presença de Portugal no Ultramar.
 
A ação inicia-se com o nascimento de José Branco. As primeiras semanas foram particularmente difíceis, pois nasceu  muito debilitado. No seu corpito magro apenas se destacava o umbigo, que demorava a cicatrizar e um enorme pénis. Devido a este atributo, todas as mulheres da aldeia, incluindo familiares, queriam ajudar a mãe,  Amélia, a dar-lhe banho.
Segue-se a infância, adolescência e vida adulta do protagonista e, simultaneamente, o autor situa-nos no tempo da História, passando pelo regime de Salazar e de  Marcelo Caetano.
A vida de José mudou no dia em que entrou numa pequena aldeia  no coração de África e se deparou com um terrível segredo. O médico tinha ido viver na década de 1960 para Moçambique, onde, confrontado com inúmeros problemas sanitários, teve uma ideia revolucionária: criar o Serviço Médico Aéreo. Assim, no seu pequeno avião, José cruzava diariamente um vasto território para levar ajuda aos recantos mais longínquos da província. O seu trabalho depressa atraíu as atenções e o médico que chegava do céu vestido de branco transformou-se numa lenda no mato: chamavam-lhe o Anjo Branco.
 
No entanto, a guerra colonial eclodiu e um dia, no decurso de mais uma missão sanitária, José,  a irmã Lúcia e Sheila chegaram a uma aldeia para ver se alguém precisava de ser socorrido, deparando-se com um cenário cruel e devastador. A certa altura, o médico apercebeu-se que um vulto se mexia. Aproximou-se e a cena que viu foi  uma mãe protegendo, com o seu próprio corpo, o filho bebé.










 






O autor seduz o leitor  não só com  a sua escrita calma e fluída, mas também com o ambiente recriado, nomeadamente com as sensações despoletadas pelo calor sentido em Tete e pela  belíssima imagem da praia da Beira, vista da sombra do velho barco encalhado.
  
A leitura deste romance permite, também, uma aprendizagem  detalhada, em termos de História, do que aconteceu em Moçambique nas décadas de 60 e 70 do século XX.


Desistir não é opção
Sugestão da aluna do 10º ano, Lina Ferreira
Um livro que relata a história do escritor antes do nascimento do seu filho tão desejado, até à perda deste filho. Livro bastante descritivo, conta ao pormenor os aspetos importantes e as emoções sentidas. Ensina-nos a viver desde o momento que somos presenteados com algo que há muito desejávamos e ensina-nos a superar a sua perda. Não se baseia na morte do filho, mas sim em mostrar que desistir não é uma opção e nunca deve ser. Quando algo corre mal na nossa vida e dizemos "dei o meu melhor" , não é verdade, estamos a falar sem pensar pois nos só damos o nosso melhor quando nos superamos .
O nosso adversário não é um inimigo, mas sim um companheiro que está a lutar pelo mesmo.
 
 
Vejam ainda a entrevista com o autor:
 http://www.tvi.iol.pt/videos/13648905
 
 
 
A vida num sopro







Um romance extraordinariamente cativante, pois alia uma história de amor real (a dos avós do autor, Amélia e Luís) a uma lição de história sobre o Portugal Salazarista (anos 30 do século XX). 
O que mais me marcou:
 
 A forma harmoniosa como o autor cruzou  acontecimentos da História do nosso país com a história real dos seus avós.
Realço, ainda, a boa qualidade e a "leveza"/fluidez da escrita. Recomendo vivamente como lição de história, particularmente para os alunos de 12º ano, pois é um ótimo enquadramento para o tempo da escrita da peça "Felizmente Há Luar!" de Luís de Sttau Monteiro.

M.Graciosa Gonçalves
 

Chocolate



 






 

Alice Vieira, Pelo Estômago se agarra quem pelo coração se afasta - Uma cozinheira que gostaria de ter tido uma cozinha igual à da Audrey Hepburn para fazer o BOLO DO PAI.

Catarina Fonseca, «Malagueña Salerosa» - Um casamento de família trágico-cómico mas com muito salero e um FRANGO COM MOLHO DE CHOCOLATE perdido.

Isabel Zambujal, Monte da Gula - A história da vida de 6 ingredientes--personagem que vieram de cada um dos quatro cantos do mundo e dão origem a um CHOCOLATE GELADO.

Leonor Xavier, Ágata, a Doce - Como um BOLO DE MÁRMORE pode servir para assassinar um marido traidor.

Maria do Rosário Pedreira, Chocolate Preto - A magia de um curso de culinária pode mudar duas vidas, com     BEIJINHOS DE PRETA.

Rita Ferro, Os Anos da Mãe - Há famílias que nunca mudam, nem no dia de anos da Mãe, com um PAVÉ DE CHOCOLATE COM CEREJAS

  6 autoras, 6 histórias, 6 receitas, uma paixão: o chocolate

 
   Já dizia Platão que viver é difícil. Viver solteira é mais difícil ainda. Coisa que Platão não sabia porque não era uma solteira. Mas tem os seus momentos. Podemos decidir o que fazer ao serão (mendigar tractores e megamorangos no Farmville), não há ninguém a quem prestar contas, fora a minha mãe ao telefone (…) e não há caprichos masculinos a escravizar-nos a vida.

Catarina Fonseca, «Malagueña Salerosa»

 
Já não me lembro onde li a frase de Agustina Bessa-Luís: se não escrevesse, era uma assassina. Tentei transferi-la: se não fosse Doce, era uma assassina. Mas virou-se o feitiço contra mim, quando enunciei a fórmula oposta. Que horror, reagi, de mãos postas no peito. Matá-lo, nunca. Não tinha armas de fogo em casa, nem facas de talho. Contratar alguém para fazer o serviço? Que banalidade. Mas que ele merecia um susto, isso sim, merecia. E decidi fazê-lo sofrer mais um pouco.

Leonor Xavier, Ágata, a Doce

 

 Com o rosto e braços tostados pelo sol da terra algarvia, as manas Lascas não descansaram enquanto não se bronzearam dos pés à cabeça, trocando o rio pelo mar. Viviam radiantes nos areais, nas piscinas, nas discotecas, fazendo com que a gente de várias línguas crescesse água na boca.

Isabel Zambujal, Monte da Gula

 
 Quando se despediu de Rosemary nessa noite, prometendo visitá-la em breve, Chang, sempre a sorrir, perguntou-lhe se ela não se esquecera de nada. A mestra foi a correr buscar o diploma que ficara pousado na mesa da cozinha, mas, afinal, o que o chinês queria era a receita da sobremesa que não tinha chegado a fazer. Rosemary deu uma gargalhada tão grande como o seu corpo, retirou-a do bolso do avental e estendeu-lha.

Maria do Rosário Pedreira, Chocolate Preto

 
   O que Angelina e a Madalena viram, na verdade, ao entrarem arquejantes na cozinha, foi a mãe encostada a uma parede, desgrenhada, e o pai, encostado à outra, mesmo em frente, sem cara. Ou melhor: coberta com o bolo que, amigas como nunca, as irmãs tinham feito nessa tarde.

Rita Ferro, Os Anos da Mãe

 
(…) Mas naquela manhã, Dora entrou no meu gabinete de testa franzida.

- Ou me arranjas uma receita de bolo de chocolate para eu enfiar no teu signo, ou não ponho as mãos no fogo pela tua próxima semana.

- Desculpa??

- Estou a avisar-te. O mal vai atravessar-se no teu caminho e só poderás vencê-lo pelo estômago.

 Estremeci.

  A cantilena de infância nos meus ouvidos,

    «pelo estômago se agarra quem pelo coração nos afasta»,

  mas não dei  parte de fraca.

  Ri e disse:

  - O mal tem estômago?

  - Pedi-te que não te risses!

  - Não estou a rir, estou a fazer uma pergunta muito simples. Tem?

  - Só um bolo de chocolate servirá para esconjurar os demónios.

  - Demónios que, pelos vistos, também têm estômago. E precisam de ser alimentados a bolinhos de chocolate… Nada mau…

  - Bolo, pudim, mousse, brigadeiros…Chocolate é que não pode faltar.

 
                                                            Alice Vieira, Pelo Estômago se agarra quem pelo coração se afasta

 
A leitura, em qualquer momento e em todo o lugar!






3 comentários:

  1. Sempre que penso em «Chocolate», recordo o livro da Joanne Harris, mas agora que já percebi haver mais «Chocolate», terei de o encontrar e "provar".
    Obrigada pela sugestão!

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  2. Boa tarde,
    para além de ser um blogue muito interessante, gostei muito das vossas sugestões de leitura. Deixaram-me curiosa.
    Continuação do bom trabalho.
    Ana Maria

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  3. Gostei muito das sugestões de leitura. Alguns já li, outros vou colocar em lista de espera.

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